Padroeiros

São Tarcísio

  Tarcísio pertencia à comunidade cristã de Roma era coroinha na igreja. No decorrer da terrível perseguição do imperador Valeriano, muitos cristãos estavam sendo presos e condenados à morte. Nas tristes prisões à espera do martírio, os 
cristãos desejavam ardentemente poder fortalecer-se com Cristo Eucarístico. O difícil era conseguir entrar nas cadeias para levar a comunhão.

     Nas vésperas de numerosas execuções de mártires, o Papa Sisto II não sabia como levar o Pão dos Fortes à cadeia. Foi então que o acólito Tarcísio, com cerca de 12 anos de idade, ofereceu-se dizendo estar pronto para esta piedosa tarefa. Relativamente ao perigo, Tarcísio afirmava que se sentia forte, disposto antes morrer que entregar as Sagradas Hóstias aos pagãos. Comovido com esta coragem, o papa entregou numa caixinha de prata as Hóstias que deviam servir como conforto aos próximos mártires. Mas, passando Tarcísio pela via Ápia, uns rapazes notaram seu estranho comportamento e começaram a indagar o que trazia, já suspeitando de algum segredo dos cristãos. Ele, porém, negou terminantemente à responder. Bateram nele e o apedrejaram. Depois de morto, revistaram-lhe o corpo, nada achando com referência ao Sacramento de Cristo. Seu corpo foi recolhido pelo soldado Quadrado, ocultamente cristão, que o levou às catacumbas, onde recebeu honorifica sepultura.
     Ainda hoje, se conservam nas catacumbas de São Calisto inscrições e restos arqueológicos que atestavam a veneração que Tarcísio granjeou na Igreja Romana. Tarcísio foi declarado padroeiro dos coroinhas e acólitos, que servem ao altar. Mais uma vez encontramos a importância da Eucaristia na vida do cristão e vemos que os santos existem não para serem adorados, mas para nos lembrar que eles também tiveram fé em Deus. Eles são um exemplo de fé e esperança que deve permanecer sempre com as pessoas.
     Então, a exemplo de São Tarcísio, estejamos sempre dispostos a ajudar, a servir. Se cada um fizer a sua parte realmente nos tornaremos um só em Cristo.







Bem Aventurado Adílio Daronch
Patrono dos Coroinhas Brasileiros


     A família de Adílio Daronch veio da Itália na leva dos imigrantes italianos que ingressaram no Brasil a partir de 1875. Seus avós eram: Sebastiano Daronch e Francesca Schena, que aqui chegaram em 1890. Pedro, o pai de Adílio, também era italiano, nascido em Agordo.

     Pedro, aos dezoito anos, deixou a casa paterna como aprendiz de sapateiro e seleiro, casando-se a seguir com a senhorita Judite Segabinazzi, a 15 de Janeiro de 1905. O casal foi morar em Dona Francisca, então 5º distrito do município de Cachoeira do Sul. Adílio nasceu ali, em 25 de Outubro de 1908. Foi o terceiro filho do casal Pedro e Judite. Foi batizado em 1º de Novembro desse ano, pelo padre Germano Schrör tendo sido seus padrinhos, o Sr. Alexandre Socal e a Sra. Rosa Martini.
     Em 1912, a família de Pedro Daronch transferiu-se para o município de Passo Fundo, onde Pedro atuou como fotógrafo. Passados alguns anos, transferiu-se novamente, agora para Nonoai, continuando seu trabalho como fotógrafo, mantendo uma loja e uma pequena farmácia homeopática. Pedro gozada de bom conceito junto à comunidade de Nonoai e Dona Judite, era apreciado pela sua bondade.
     A família Daronch se destacava na prática da caridade e colaborava muito com o Padre Manuel, ajudando-o nas Missas e nas Cerimonias Litúrgicas e Religiosas.
     Desde cedo Adílio manifestava predileção pelas coisas da Igreja e gostava de servir o Padre como Coroinha e ajudante em geral. Feita a Primeira Comunhão, começou a auxiliar no serviço do Altar. Por sua vez, o Padre Manuel era, com frequência, hóspede da família Daronch e lá muitas vezes fazia suas refeições.
     Adílio era um menino alegre, embora de temperamento um tanto reservado, gostava de futebol e desde pequeno se manifestava pela sua liderança inata, ponteando os jogos e orientando os colegas na condução das diversões, porém, não descuidava do serviço de Acólito por causa dos folguedos. Levava muito a sério sua missão. Com o passar do tempo, acompanhava o Padre Manuel pelo interior, troteando em seu burrinho, ao lado do seu protetor e mestre.
     O pai do jovem Adílio falecera em 05 de maio de 1923, traiçoeiramente assassinado, no município de Marcelino Ramos, em disputas entre maragatos e chimancos, que a partir de 1923 tomaram vulto e se alastraram por toda a parte, como integrante nas fileiras dos combatentes, deixando órfãos a esposa com seus sete filhos, todos menores.
     Como não podia deixar de ser, a viúva de Pedro e seus filhos, após o triste acontecimento, tiveram o apoio decisivo do pastor e amigo Padre Manuel, que os confortou e acompanhou nessa triste etapa de suas vidas.
     Após a morte do chefe da família Daronch, as dificuldades cresceram e o grupo familiar se dispersou, cada qual seguindo seu caminho, em diversas direções e Dona Judite mudou-se para o município de Dona Francisca, onde veio a falecer, a 23 de Março de 1932.
     O fim do Coroinha Adílio será considerado mais adiante, quando na companhia do Padre Manuel, veio a sofrer o martírio de forma cruel, em Três Passos - RS.

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